sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Por que não votar no PT

Na véspera da eleição, gostaria de abrir meu voto e apresentar meus argumentos.

Na minha opinião, o PT tem dois tipos de eleitores:
1. Os que votam no PT para ter algum benefício direto. Entram nessa categoria ocupantes de cargos de confiança, funcionários públicos que gostariam de ter mais segurança nos seus empregos, os que trabalham nos sindicatos e no próprio partido, etc. E mais os seus parentes.
2. Os que querem mais justiça, mais liberdade, o fim da miséria e da fome, melhor distribuição de renda, e ainda acreditam que o PT trabalha para isso.

Quanto aos da primeira categoria, são eleitores que votam conscientemente. De acordo com a consciência deles, é claro, que acha justo que a maioria das pessoas trabalhe feito burros de carga para pagar impostos da ordem de 35% da sua renda e depois tenha que contratar serviços de saúde, segurança e infra-estrutura privados porque esse dinheiro todo vai para manter um estado inchado, cheio de privilegiados com estabilidade, “plano de carreira”, licença-prêmio e o escambau. Eu pessoalmente acho isso uma injustiça, e creio que todos deveriam ter condições iguais de competição, e serem recompensados pelos seus resultados. Acho um absurdo que exista uma casta de trabalhadores estatais privilegiados, mas entendo que os que pertencem a essa casta queiram defender a sua boquinha; é uma questão de consciência, e essas pessoas fazem sua opção. Num país onde vigora a democracia – que, com todos os seus defeitos, creio ser o sistema de governo mais justo que foi criado até hoje – as pessoas têm o direito de defender seus interesses, por mais abjetos que eles pareçam aos outros.

O que me preocupa são os da segunda categoria. São aqueles que lutam por valores elevados – os mesmos valores pelos quais eu luto – mas que defendem um partido que não mais luta por essas bandeiras (se é que um dia já lutou, o que duvido). Vamos item a item:
a) Mais justiça – não entendo muito de direito, mas minha definição pessoal de justiça é que todas as pessoas sejam consideradas iguais perante à lei, tenham os mesmos direitos, e que essas coisas sejam cumpridas na prática. A prática que vejo do PT é que a cumpanherada é tratada a pão-de-ló, tendo acessos a boquinhas para mamar na teta do estado, dos sindicatos (que hoje em dia são máfias que vivem em comensalismo com o patrão para explorar os trabalhadores) e do partido, e o resto do povo vive para sustentar essa malta, como a baleia que leva as cracas de carona; o problema é que do jeito que a coisa vai, logo vai ter mais craca que baleia. Outro problema: o PT apóia instituições criminosas como o MST e as FARC. (não sei se cabe falar das FARC aqui).
b) Mais liberdade – esse é o pior problema: o PT é um partido autoritário. Gostaria de contar um pouco da minha história pessoal. Durante a minha infância, minha mãe era bancária sindicalizada e fui criado praticamente dentro do sindicato. Ainda pequeninho testemunhei as Diretas Já, participei da vigília do SulBrasileiro, li o Capital em quadrinhos – não estou brincando, confiram aqui. Cresci com asco a toda forma de injustiça social, fui militante estudantil (no início dos anos 90 a Zero Hora fez uma matéria de página comigo como exemplo de pessoa precocemente engajada na política), e fiz faculdade de História, para “conscientizar as pessoas”. No fim deu certo: eu fui a pessoa conscientizada. Ao longo do curso, descobri que o mundo era infinitamente mais complexo do que a minha fantasia infantil do bem contra o mal. Quando comecei a despertar e pensar com a minha própria cabeça, começaram os problemas com os petistas. Se eu não fazia coro com eles e repetia ipsis literis seus dogmas contra o “capitalismo”, o “neoliberalismo”, a “direita”, o “imperialismo”, então eu era automaticamente reacionário, antidemocrático (essa é genial, eles acham que todo mundo que discorda deles é antidemocrático), e estava do lado dos exploradores, dos fascistas, etc. O que a gente vê hoje no Brasil com o Lula presidente é o aparelhamento sistemático do Estado, que se torna uma extensão dos interesses do partido, bem como a cartilha do Gramsci dita. Nunca é tarde para lembrar: o PT se negou a assinar a Constituição Brasileira de 1988. E como coroamento, o PT apóia alguns dos piores inimigos da democracia no mundo: a abjeta ditadura cubana, esse palhaço criminoso que (é) o Hugo Chávez e o governo iraniano de Ahmadinejad, que dispensa comentários.
c) O fim da miséria e da fome e melhor distribuição de renda – eu acredito que miséria e fome se combate com emprego e educação abundantes, num Estado democrático e livre. Ainda estamos devendo muito na educação, mas o emprego no Brasil nunca esteve tão bom. Por quê? Por que temos uma economia dinâmica, graças à aplicação dos princípios da economia liberal na política econômica do país. As bases para isto foram lançados com a abertura das importações no governo Collor, o plano Real no governo Itamar, as privatizações e a regulação do mercado no governo FHC, e o governo Lula, que manteve a economia liberal no país. Em termos de estratégia econômica, o PT não fez nada de novo em seu governo – e graças a Deus, pois ter mantido o que herdou do governo FHC foi a melhor coisa que o PT fez, e deve ser reconhecido por isso. O problema é que eles posam como se tudo isso tivesse sido gestado no governo Lula o que é UMA GROSSA MENTIRA. Em resumo: o que está tirando milhões de brasileiros da miséria são os princípios econômicos ditos “neoliberais”, cuja cartilha foi seguida à risca pelo governo Lula, apesar do PT ter votado contra o plano Real na sua criação.

Todos esses fatores que eu citei são, para mim, razões suficientes para não votar no PT. Agora, há um fator a mais: nunca se viu um partido que roubasse o dinheiro público na ordem de magnitude em que o PT rouba. Repito com palavras mais enfáticas: NUNCA SE VIU UM GOVERNO TÃO LADRÃO COMO O GOVERNO LULA. Quem acompanhou de perto o mensalão, imaginaria que, caso se tratasse de um partido sério, a “banda podre” teria sido afastada do PT, certo? Se vocês quiserem se enojar, sigam esse link: www.delubio.com.br. Não é preciso comentar nada, a coisa fala por si mesma. Aloprados, mensaleiros, Zé Dirceu, José Genoíno, Antonio Palocci, Erenice Guerra, o filho do Lula... perto de qualquer um desses escândalos, o caso PC Farias que levou ao impeachment do Collor é brincadeira de criança. Aliás, não é tarde para lembrar: quem são os ex-presidentes aliados do Lula? Sarney e Collor. É mole ou quer mais?

Não sei se vocês vão optar por votar no Serra, que também está longe de ser o candidato ideal. Eu decidi que sim, pois acho que faz parte do jogo democrático escolher o menos pior – desde que não agrida nossos valores essenciais.

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