
Era momento quando então eu vi a rosa
eu vi a rosa como que por uma fresta
que se abriu desmoronando essa hora
e atrás da hora eu vi a rosa que não cessa
E foi então que eu senti que era o Persa
que na manhã mirou a rosa interminável
que não se acaba, não porque não pereça
mas que renasce de matéria improvável
E invejei-a então por ser tão permanente
Pois como o Persa partirei eternamente
Mas pressenti esse mistério insondável:
Do mesmo barro fomos feitos todos homens
Um homem contemplando a rosa é todos homens
E a rosa é de beleza quase insuportável
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